Composição:
Ácido Elágico 90% (Rhus Chinensis) 250 mg
Vitamina C (Ácido Ascórbico) 250 mg
Excipiente qsp 1 cápsula

Sugestão de uso:
Tomar uma cápsula duas vezes ao dia, após refeições.

Descrição
O ácido elágico é um composto fenólico pertencente ao grupo dos taninos hidrolisáveis encontrado principalmente em frutas vermelhas como romã, amora, framboesas e outras espécies botânicas como Rhus chinensis. Estruturalmente, o ácido elágico é um dímero do ácido gálico, sendo encontrado na natureza, sobretudo na forma conjugada com glicosídeos (glicose e xilose) ou com outras moléculas poliméricas. Após ingestão, esse conjugado é hidrolisado por bactérias presentes na microbiota intestinal, liberando a forma livre do ácido elágico. Este, por sua vez, pode agir diretamente no trato gastrointestinal ou ser absorvido e atuar de forma sistêmica. Dentre os principais efeitos biológicos do ácido elágico destacam-se o fortalecimento do sistema imune (atividade antiviral, antibacteriana e anti-proliferativa em células carcinogênicas) e ação antioxidante e hepatoprotetora. O ácido elágico também pode modular o funcionamento do sistema imunológico, reduzindo o processo inflamatório através da inibição da transcrição de fatores pró inflamatórios, como as enzima ciclooxigenases (COX´s) e algumas citocinas (TNF-a, IL-1ß e IL6) e pelo aumento da expressão de citocinas anti-inflamatórias, como a IL-10. Além disso, o ácido elágico modula a expressão de moléculas de adesão celular ICAM- 1 no tecido epitelial, reduzindo assim a migração de células inflamatórias e o desenvolvimento do processo inflamatório local.

Mecanismo de ação
O ácido elágico atua como um antioxidante ao neutralizar espécies reativas que quando em excesso podem ser danosas ao organismo, tais como os radicais de hidroxila (OH+), radicais metil (CH3+) e de peróxido de nitrogênio (NO2+). Devido às quatro hidroxilas presentes em sua estrutura química, o ácido elágico pode se ligar a mais de um radical livre ao mesmo tempo, característica que o torna um antioxidante potente mesmo em concentrações baixas. Dessa forma, este composto confere proteção contra danos ao endotélio vascular, reduz o estresse oxidativo induzido por metais, melhora a atividade de enzimas hepáticas, além modular a resposta imune. No endotélio vascular, o ácido elágico reduz os níveis de NADPH (complexo enzimático que, em excesso, favorece a formação de radicais livres), prevenindo a disfunção endotelial gerada pela atividade oxidante do LDL-colesterol. De forma semelhante, alguns metais como níquel e ferro induzem um quadro de estresse oxidativo no endotélio a partir da geração de ânions livres, os quais podem ser rapidamente seqüestrados e neutralizados pelo ácido elágico. Em conjunto, estes têm sido evidenciados como os principais mecanismos pelos quais o ácido elágico protege contra danos endoteliais e reduz o risco de desenvolvimento de aterosclerose. Já a nível hepático, o ácido elágico limita a atividade de algumas enzimas envolvidas com a produção excessiva de espécies reativas. Adicionalmente, o ácido elágico também atua como um indutor enzimático da glutationa-S-transferase, levando ao aumento da síntese hepática de glutationa, uma das principais moléculas antioxidantes endógenas. Além desta, outras enzimas com atividade antioxidante podem ter suas concentrações elevadas pelo ácido elágico, incluindo a catalase, a superóxido dismutase, a glutationa dismutase e a glutationa peroxidase-4, que conferem proteção para estruturas celulares contra peroxidação lipídica.

Antioxidante e Hepatoprotetora
As espécies reativas de oxigênio estão entre os principais metabólitos gerados durante o processo de respiração celular (geração de energia) e apresentam características prejudiciais aos tecidos quando em excesso. Dessa forma, a síntese endógena e/ou a suplementação com moléculas antioxidantes através da dieta é extremamente importante para a neutralização destas espécies reativas e proteção do organismo contra os efeitos deletérios gerados pelo estresse oxidativo. Nesse contexto, estudos pré-clínicos demonstraram que o ácido elágico neutraliza espécies reativas de oxigênio geradas após a instalação de um processo inflamatório. Em modelos animais de isquemia intestinal, o tratamento por via oral com ácido elágico se mostrou eficaz em reduzir o processo inflamatório local e sistêmico, diminuir os níveis de radicais livres e minimizar os danos hepáticos gerados por essa condição inflamatória. Tem sido demonstrado experimentalmente que o ácido elágico previne a atividade oxidativa da molécula de LDL-colesterol em células endoteliais, reduzindo moléculas pró-oxidativas e a formação de espécies reativas, limitando a evolução do processo inflamatório. Adicionalmente, foi demonstrado que o ácido elágico é capaz de formar complexos com o níquel (através de ligações covalentes), reduzindo o estresse oxidativo resultante de altos níveis séricos deste metal.

Proteção e Clareamento da pele
A alta incidência de radiação ultravioleta (UV) sobre a pele pode induzir danos oxidativos e acelerar o envelhecimento precoce. Um estudo randomizado, duplo-cego e controlado por placebo avaliou a capacidade do ácido elágico de proteger e minimizar discromias cutâneas após a incidência localizada de radiação UV.

Outras Evidências
A úlcera gástrica é uma condição clínica inflamatória que resulta em dor e prejuízo da qualidade de vida do portador. Já foram descritos diferentes mecanismos envolvidos com a formação e a manutenção da úlcera gástrica, como a redução da produção local de muco (através da inibição da síntese de prostaglandinas) ou aumento do processo inflamatório em decorrência da infecção bacteriana por Helicobacter pylori. Estudos em modelos animais demonstraram que o tratamento por via oral com ácido elágico foi capaz de reduzir a gravidade de úlceras induzidas pelo etanol, através da modulação da NP-SH, uma sulfidrila antioxidante envolvida na integridade do tecido gástrico. Em paralelo, o tratamento reduziu o mediador inflamatório TNF-a nesse tecido, sugerindo uma proteção gástrica do ácido elágico pela modulação do processo inflamatório.